quarta-feira, 4 de julho de 2007

10 ANOS DEPOIS

Eram duas e meia da tarde quando vi um carro dos bombeiros passar em sentido contrário na rua da república. Pensei, algo estranho está a acontecer.
Fui ver o que se passava e reparei que loja que ficava por baixo da sede da Naval estava a arder, minutos depois começaram a chegar várias viaturas de ataque ao fogo.
Lembro-me de ter estado no salão e ter visto o Armando Esteves estender-se no chão a fim de sentir a temperatura do piso e logo de seguida ter dito aos responsáveis dos bombeiros para colocarem uma mangueira a deitar água a fim de a fazer escorrer para o piso de baixo, local onde o fogo alastrava.


Recordo também que o Jorge Dias (fotógrafo) sugeriu que se fizesse um cordão humano a fim de retirar todos os troféus ao que os responsáveis pelo ataque ao fogo responderam que a situação iria ser controlada no piso de baixo.
Também tenho presente que durante muito tempo, mesmo muito, estiveram algumas pessoas postadas às janelas da sede situação que revelava alguma tranquilidade de quem sabia o que se estava a passar.
Bem, depois foi o que se viu, tudo a arder, centenas de pessoas na rua perfeitamente impotentes para fazer fosse o que fosse, algumas choravam que nem crianças (o Inácio, o Paulo Rodrigues).


Sinceramente digo que não fui dos que se foram abaixo, antes pensei que estava ali uma oportunidade para que finalmente a NAVAL pudesse começar a construir património.
Os dias que se seguiram foram de esperança, começaram a surgir algumas boas vontades (houve uma reunião pública na Câmara demonstrativa de vontade de colaboração, caso da Associação Futebol de Coimbra e outras entidades), surgiram ideias para angariar fundos (o espectáculo do Circo que estava instalado na cidade rendeu cerca de 900 contos) e havia a indemnização do seguro por receber que algum tempo depois rendeu cerca de 50.000 contos.
Portanto bastava que houvesse vontade dos responsáveis do Clube para começar, que certamente não iriam faltar apoios.
Foi no dia 4 de Julho de 1997 e 10 anos depois, apesar de muitas promessas, nada se fez antes pelo contrário, o local está neste estado.
Fernando Norberto
4 de Julho de 2007

7 comentários:

Anónimo disse...

Nesta terra nada se passa. Isto é um marasmo. Esta coisa da Sede é mais um exemplo! o Aprigio (dono da Naval) está a marimbar-se para os Navalistas. Pode ser que com a venda do Nei à Académica arranje dinheiro para a tão desejada Sede...

Anónimo disse...

NAQUELE 4 DE JULHO
AS CHAMAS FAZEM BARULHO
ARRAZAM UM ESPAÇO NOBRE
AGORA JÁ NADA EXISTE
A CULTURA FICOU TRISTE
A FIGUEIRA ESTÁ MAIS POBRE

Anónimo disse...

Até o PCP deu um donativo à Naval.
Podemos perguntar: para quê?

Anónimo disse...

Sinceramente que hoje existem dúvidas que me assaltam. Infelizmente a desgraça aconteceu mas tenho ideia que favoreceu e colocou areia, aliás cinza nos olhos a muita gente.
Algum dia a verdadeira história será contada mas gente de responsabilidade houve que contribuiu e muito para tudo o que aconteceu.

Lux Caldron disse...

Eu era um pequeno jogador de futebol dos infantis quando isso se passou. Lembro-me de ver do cimo da ponte que se passava algo de estranho na Rua da República e de saber depois o que se tinha passado. Fiquei destroçado na minha pouca idade. Tinha sido ali que tinha começado a fazer desporto. Mais propriamente Basquete. Era ali que estava o primeior de vários trofeus que ganhei. Foi ali que festejei vários Natais com outros navalistas.
Não sei o que se passou mas lembro que a sede passou a ser, provisoriamente numa casa junto ao estádio. Estádio esse que recebeu Sporting, Benfica e Boavista, para angariar dinheiro para uma nova sede... Sede essa que nunca foi construida...´
É pena. A sede continua a ser provisória... assim como os balneários do campo secundário que apodrecem cada vez mais de ano para ano... Talvez um dia a Naval passe a ter algum património. Mas não hoje!

Anónimo disse...

Lembro-me perfeitamente deste dia,estava eu a espera dos meus pais em casa para almoçar quando a minha mãe disse-me que estava um incendio no Bom Preço,quando vim a rua para ver se via algum fumo,deparo-me com uma coluna gigantesca de fumo.Fui logo a correr direito a sede da Naval quando perto já na praça de taxis começo a ouvir explosões e pessoas a chorar,vi logo que algo de mau se estava a passar,quando chego á nau não fui capaz de controlar as emoções,quando me apareçe junto de mim o Inácio Adagildo e Arnaldo a chorar a ver a nossa história que demorou seculo a construir a ser destruido em minutos.
Agora pergunto aos responsáveis o que é feito ao dinheiro do segundo e ás angariações.......obvio que todos sabem mas alguém ainda vai explicar esta história muito bem explicada

Rogério Neves disse...

Verdade Norberto as emoções foram muitas e cada um viveu-as à sua maneira. Mas este teu comentário feito há dez anos atrás revela um facto verdadeiro o dinheiro angariado para ajudar a levantar uma nova sede. Foi em Assembleia Geral, eu estive lá, ficou decidido a abertura de uma conta que ficava no nome dos 3 presidentes Aguiar carvalho (AG), Aprigio Santos (Direcção) e José Maria Simões de Oliveira (CF) esse dinheiro fin uma finalidade. e vinte anos depois eu pergunto onde está esse dinheiro? Quem o gastou e como? Quem foi conivente junto das entidades bancárias para que essa conta fosse levantada? Há uma pessoa viva que pode dar resposta, só não sei se a quer dar.